No desfile “Tectônica”, a Reptilia faz uma viagem para o centro da Terra. Os círculos recortados a laser a partir de resíduos têxteis e aplicados manualmente sobre as peças representam rachaduras na superfície. O desenho das silhuetas fazem referência as fissuras terrestres. As sobreposições de mangas das camisas remetem às camadas tectônicas…
A cartela de cores em tons terrosos (do areia ao marrom-escuro) é pontuada por cinzas e azuis com brilho fosco, fazendo uma alusão aos minerais. Na estamparia, uma fotografia em 35mm tirada de uma viagem ao Oriente Médio mostra as nuances do solo e da água, impressa digitalmente em uma mistura de seda e rami.
A estilista Heloisa Strobel cita falhas e deslocamentos geológicos como inspiração, mas não tem nada de terremoto, pelo contrário. Foi uma apresentação embalada por uma trilha de jazz suave e uma coleção coesa, que usa essas referências como fio condutor para mostrar sua habilidade em criar silhuetas urbanas contemporâneas. Um bom exemplo dessa praticidade sofisticada são as pelerines 2 em 1, conectadas aos tops por zíper.
Além de uma proposta agênero que ela sempre trabalhou, passa a oferecer agora 20% da coleção pensada para o público masculino. Da mesma forma, usa elementos tidos como masculinos nos acessórios, como os mocassins e os cintos de Juliana Bicudo.
FICHA TÉCNICA
Stylist: Paulo Martinez
Beleza: Helder Rodrigues
Trilha: Rodrigo Lemos
Direção: Ed Benini
Acessórios em metal: Palhadór
Acessórios em couro: Juliana Bicudo
Fotos: @agfotosite
Vídeo: Protótipo Filme