A Handred já completou dez anos de existência. Nesse período, já viajou pra muitos lugares para buscar referências para suas coleções, pra fora (pra Recife) ou pra dentro (seu próprio ateliê). Dessa vez, ficou ali por perto no Rio de Janeiro mesmo, mais especificamente nas ladeiras de Santa Teresa, de onde tira a texturas e o clima festivo. Nada mal.
Começou a apresentação com a exibição de um mini-documentário em homenagem aos artistas do vibrante bairro carioca que inspiraram a marca: a musicista Sandra Nisseli, o boêmio de Diógenes Paixão, o pintor Arjan Martins; a artista-bordadeira Clara Rio Branco, e os ceramistas Gustavo Peres e Jade e o modelo Caian.
Se por um lado sua modelagem sempre preza pelo frescor e pela liberdade de movimento, os detalhes e as texturas são sempre muito preciosos. As referências apontam para os anos 1920: nos dourados, nas formas amplas da silhueta, nas estampas das pessoas dançando e no cabelo com gel desenhado no pente. Tudo embalado pelo jazz ao vivo do músico Antonio Neves, carioca de Santa Teresa.
Tem sempre uma ótima oferta de peças para um verão chic, como as camisas brancas de seda com os Arcos da Lapa dourados. Mas também tem as peças mais dramáticas como as capas médias e longas e a ideia de fazer os paralelepípedos do bairro em recortes de seda. Olhando de perto tem ainda mais riqueza as composições têxteis em patchwork, as estampas com manchas de aquarela e os bordados de canutilhos.
Além dos dourados, a cartela teve uma base de brancos, cru, pretos e tons quentes de amarelo-ocre, laranja e vermelho. Nos pés, três modelos de sandálias, um deles com bordado tridimensional, e dois de sapatos fechados bicolores, desenvolvidos com a marca Botti.
FICHA TÉCNICA
Direção criativa: André Namitala
Styling: Felipe Veloso
Beleza: Carla Biriba
Produção-executiva: João Pedro Schiavo, Luísa Pollo e Paula Cozendey
Trilha: Antonio Neves e banda