Janelas e portas podem também ser definidos também como “não-coisas”, pois não se trata do material as emolduram, e sim do vazio que ela abre em um determinado espaço. Lembrei desse conceito quando assisti ao desfile da Bold Strap, pois além das roupas que ele mostra, é bastante importante observar onde ele vai abrir os buracos, as fendas e os recortes. No seu caso, são janelas para o universo queer das fantasias sexuais, dos fetiches e das festas de sexo, materializado nos harness, jockstraps, amarrações e lingeries que pouco cobrem os corpos diversos do casting. Tudo em preto com flashes em vermelho e prateado ao som de techno na trilha.
A esse universo, acrescente o tempero picante do motociclismo, como jaquetas e calças de couro e até algumas armaduras. Daí o nome da coleção, “Bold Ride”, em que o estilista Pedro Andrade convidou uma turma bastante heterogênea de celebridades (a atriz Camila Queiroz e a cantora Marina Sena desfilaram) e pessoas que fazem parte da comunidade em que a marca esta inserida.
A apresentação começou com uma performance de dança ao som do ronco dos motores, conduzida pelo bailarino Amazonas (que é também coreógrafo da cantora Maju). E a noite terminou com uma festa da marca no galpão do Komplexo Tempo, novo espaço de eventos na Mooca onde acontecem os desfiles noturnos dessa edição N53.
FICHA TÉCNICA
Direção criativa: Peu Andrade
Styling: João França Ribeiro (assistente Gustavo Souza e Matheus Oliveira)
Direção desfile: Bill Macintyre
Coreógrafo: Josué Amazonas
Design gráfico e estampas: Doug Reder
Trilha sonora: Max Blum
Fotos: Fred Othero