Ao longo dos 30 anos de SPFW, as modelos amadureceram assim como o próprio mercado de talentos, que foi ampliando as possibilidades de longevidade na carreira na moda. Top models e agências avaliam a presença das mulheres maduras nas passarelas e nas capas de revista, e as vantagens de quem “chegou lá”!

Liliana Gomes, Joy Mgmt
“O que a gente está vivendo hoje, é a liberação de idade, onde por facilidade da do digital, da facilidade de que hoje a gente vai viver mais e se aceitar mais dentro da nossa idade, isso deu espaço para modelo não envelhecer. No começo dos anos 2000, a carreira era muito limitada, a no máximo 30 anos. Hoje você tem as nossas modelos, hoje você tem uma Cindy Crawwford que tem 55 anos e continua atuando.”

Alessandra Berriel, modelo
“Eu nunca imaginei que desfilaria com 54 anos. Para as mulheres da minha idade, que me acompanharam na primeira temporada, me ver num desfile de São Paulo Fashion Week é muito importante. Para elas, uma mulher de 50+, que elas acompanharam lá na juventude delas, de novo dentro de um evento desse tamanho, é inspirador. Eu abri o desfile da Reptilia e recebi muitas mensagens depois. A elegância de uma mulher madura é diferente pelo tanto que ela viveu. É impossível você pegar uma menina de 15 e exigir dela uma elegância que ela não tenha ainda tempo de vida para ter. A gente vai aprendendo a ser elegante, até nos perrengues que a gente passa.

Caroline Ribeiro, modelo e dona da Prime Management
“Vou fazer 46 anos. Lá atrás, com 20 e tantos anos, eu pensei que tinha acabado a carreira de modelo. Para mim, é muito prazeroso estar no set com a idade que eu tenho, ser chamada para um desfile, tanto aqui no Brasil quanto lá fora. Eu fiz Balmain com 36, já foi algo muito legal, depois eu fiz Versace com 40, e com 42 fiz de novo Balmain. Que legal que a moda está realmente aberta para para mulheres de diferentes idades, diferentes corpos. E aí a gente percebe que, sim, é um passo lento essa história da dversidade, mas que existe uma mudança aí. Se não, eu não estaria no mercado ainda. Então, para mim é um privilégio. Quando eu estou numa capa com meninas da minha geração, ou numa capa com mulheres da minha geração e meninas da geração atual é muito bacana!

Eli Hadid, Mega Model
“Nós temos uma geração interminável da Isabelli, da Gisele, da Ana Beatriz Barros. Essas meninas começaram todas com 13, 14 anos, estão com 43, 44 anos, ainda ocupando o espaço. Há 20 anos isso era impensável. E é impensável uma menina começar com 13 anos hoje, que chega a ser um absurdo, mas naquela época começava. E elas acabavam com 26, 27, 28 anos, elas estavam aposentadas. E você vê que existe um resgate, por quê? Todo aspecto, toda a tecnologia, tudo o que nós temos hoj: a longevidade, a saúde, vários recursos estéticos…

Laís Ribeiro, modelo
“Eu acho que é muito melhor, hoje em dia eu sei o que eu quero, quais são os projetos que eu quero trabalhar, quais são as pessoas que eu quero trabalhar, que se alinham com as minhas expectativas, com as coisas que eu acredito. Antigamente a gente estava na correria e tinha que fazer praticamente tudo para que a gente pudesse chegar num patamar e conseguir escolher. Então a maturidade me deu isso hoje em dia, de conseguir escolher as marcas e as pessoas que estão alinhadas com o que eu acredito.”