Fause Haten é um artista multidisciplinar com um longo histórico de apresentações em moda, teatro e plataformas multimídia. Seu espetáculo “Eu Sou um Monstro” foi apresentado no Sesc Pompéia em 2024 e retorna agora em nova temporada e novo local, com linguagem renovada e o lançamento de um livro homônimo.

Em cartaz até 18 de maio no teatro Vivo, “Eu Sou um Monstro” é uma peça que se transforma conforme o público e o contexto do mundo, dialogando com o momento atual e promovendo uma experiência diferente a cada apresentação. “Cada noite é única. O que está em pauta na sociedade, a energia da plateia, tudo isso molda a performance”, promete Fause. 

O espetáculo é inspirado em um episódio real da vida do pintor Francis Bacon (que encontrou o namorado morto na véspera de uma exposição e manteve o corpo no local para não cancelar o evento), e mistura teatro, performance, vídeo e artes plásticas.

No palco, ele usa o próprio corpo como matéria-prima ao criar máscaras vivas, distorcendo o rosto com fitas, cordões e adesivos, e questionando a ideia de identidade. A cenografia traz camadas interativas, convidando a plateia a refletir sobre a “monstruosidade” do ato criativo a partir de uma citaçao do filósofo Michel Focault: “Se substituirmos ‘monstro’ por ‘artista’, o sentido se mantém. Assumo: somos monstros que redesenham o mundo”.

Já o livro, criado a partir de improvisações gravadas de leituras com atores e distribuído pela editora N-1 com tiragem limitada, traz fotos-performances inéditas e ensaios sobre o processo criativo, além do texto original. “Não espere uma peça de teatro, mas um ritual onde a plateia é cúmplice da transformação”, define.