Antes de começar o desfile de Weider Silveiro, foi tocado um áudio com a voz do estilista falando sobre a importância das festas populares como reizado, maracatu, festas de São João e do pau-de-fitas na sua infância no Piaui e por todo nordeste. Ele cita também as músicas do cancioneiro que embalaram muitas despedidas em suas terras.
Entre as ideias principais apresentadas, traduzidas desse repertório para a mulher urbana que sempre desenhou, está um trabalho de fitas recortadas em retângulos ou bandeirolas que decoravam saias, vestidos e calças. Incrível também a ideia dessas fitas rígidas, usadas como lenços no pescoço e que apontavam pra cima como se estivessem voando por conta do vento.
As formas balonê de saias e calças têm aparecido bastante nessa edição do evento até agora e foram contrapostas no desfile de Weider Silveiro com partes de cima levissimas, como segundas peles ou regatas vazadas de renda tipo bilro feita por rendeiras do Ceará. Tudo com a sofisticação que é norte para seu trabalho.
Há também um olhar para as peças casuais, pelo menos na proposta, como a alfaiataria em jeans liso em diferentes lavagens. Ou as boas ideias de camisaria com punhos largos em várias cores. Ao fim, vestidos com estampa de xadrez junino, mas que também pareciam um trabalho de cestaria. A trilha que embalava as modelos eram versões regionais de hits internacionais e da banda Calcinha Preta. Chic, sim. Mas esquecer as raizes, jamais!
FICHA TÉCNICA
Vídeo: Protótipo Filme
Fotos: @agfotosite