Ronaldo Silvestre apresentou uma coleção 100% feita com materiais de descarte. Restos de tecidos esportivos foram cortados no viés e costurados em fitas para criar formas sinuosas e silhueta armada sobre rendas, tule, moletom e jeans. Por cima, vinham três desenhos de estamparia de folhagens e florais feitos no contorno e coletes e acessórios tridimensionais feitos com macramés e franjas criados a partir de cadarços de tênis que seriam destruídos.
Um belo trabalho feito em comunidade entre artesãs da região de sua cidade Itabira, em Minas Gerais no Instituto Igualdade, Transformação, Inovação Social (ITI). “Quando estamos com fome, nos viramos com o que temos. E minha relação com a criação de moda sempre foi assim desde a faculdade. Por isso agora que eu atuo na formação de costureiras com meu trabalho, para que elas usem a moda para nunca mais passar fome,” explicou o estilista no backstage antes do desfile, pra falar da naturalidade em como trabalha com os resíduos e o dia a dia com as profissionais.
A brasilidade está no verde amarelo e na referência à Carmen Miranda, mas também na alma da coleção. São características de seu trabalho que sempre estiveram presentes, e que agora amadurecem como coletivo, com o incremento do stylist Heleno Manoel, que ajudou a amarrar todas as ideias de forma atual, coesa e elegante.
FICHA TÉCNICA
Direção Criativa: Ronaldo Silvestre
Direção: Claudio Santana
Styling: Heleno Manoel
Beleza: Ricardo dos Anjos
Acessórios: Françuase Ferreira
Calçados: Rider
Fotos: @agfotosite
Vídeo: Protótipo Filme
