Diego Malicheski faz uma carta de amor ao processo de ateliê no desfile desse SPFWN56. O primeiro vestido que parecia um jaleco branco, com ombros marcados, lembrou a estética do mestre belga Martin Margiela, que quase nunca aparecia para não ofuscar o processo criativo. É uma coleção que olha bastante pra dentro da marca e trabalha com códigos que a fizeram conhecida, como a cartela de neutros (preto, branco, cinza e beges) com pinceladas de verde-limão, rosa-seco e azul-profundo. Tudo em formas geométricas que evidenciam o esforço em modelagens e estudo de alfaiataria.
O estilista tem uma proposta urbana, de base limpa mas com muitas intervenções que criam novos volumes, como os cortes a laser, os assimétricos, os envelopados, as saias em tiras largas penduradas. Tem um exercício com metais, como nos ilhóses e nas argolas prateadas bordadas sobre um coletão comprido na frente e uma calça de couro. Brinca com a forma do trench coat como vestidos, em três variedades de tecido, para os diversos climas. Botas pretas e microbolsas com franjas são os acessórios que complementam mais uma apresentação bem-sucedida da marca.
FICHA TÉCNICA
Direção Criativa: Diego Malicheski
Direção: Bill Macintyre
Styling: Marcell Maia
Acessórios: Rocio Canvas
Beleza: Helder Rodriguez
Trilha: Max Blum
Fotos: @agfotosite
Vídeo: Protótipo Filme