Com a coleção “Escultura do Tempo”, o estilista Diego Malicheski reforça seu trabalho de construções de modelagens, e nessa temporada são fluidas o suficiente pra a mostrar o movimento dos tecidos sobre a pele, mas ao mesmo tempo estruturadas de modo a criar formas soltas e afastadas do corpo. Os recortes, dobras, torções, drapeados e plissados são os elementos que esculpem os volumes sutis dos vestidos, numa proposta de elegância sutil e sensualidade equilibrada.
Na alfaiataria, faz formas amplas em fibras naturais de algodão e seda e tramas tecnológicas, em conjuntos monocromáticos ou bicolores com ombros altos como a silhueta do Talking Heads nos anos 1980. Blusas com faixas compridas às vezes dão a impressão de camisas de força (quem nunca?), e quando as faixas aparecem mais largas sugerem sobreposições leves e arejadas de camadas de tecido. A cartela tem preto, cinza, branco e tons suaves de amarelo e azul, e um vermelho-cereja bem aceso no meio.
Os acessórios são feito em colaboração com designer mineiro Carlos Penna, que explora contrastes entre as formas orgânicas e de arquitetura em bolsas utilitárias e calçados de couro decorados com a mesma ideia de torções, recortes e vazados e formas arrojadas. Uma coleção bastante cerebral, para ser apreciada, estudada, e por fim vestida e adaptada a sua própria realidade.
FICHA TÉCNICA
Direção criativa: Diego Malicheski
Estilo: Diego Malicheski e Takashi Matsuda
Styling: Marcell Maia
Beleza: Helder Rodrigues
Trilha: Max Blum
Fotos: Senac