Com a coleção “Onde Nasce a Arte”, os irmãos Céu Rocha e Júnior Rocha dão um zoom no Subúrbio Ferroviário de Salvador, onde nasceram e foram criados, para mostrar a cultura vibrante da periferia que extrapola as vielas, com cor, movimento, ritmo e sabor de um Brasil bahiano, mestiço, diverso e plural.
Deborah Secco e Jojo Todynho fizeram parte do elenco com 25 modelos plurais, exemplos da criatividade, diversidade e representatividade. E a marca Meninos Rei levou para a passarela uma mistura de streetwear com suas histórias e tradições (que ao mesmo tempo valorizam suas estéticas e fortalecem a cadeia produtiva das favelas onde moram). Fazem assim uma moda sem segregação, para todos os gêneros, etnias e corpos, e ao mesmo tempo urbana e ancestral.
A novidade dessa temporada são as peças confeccionadas a partir de tecidos africanos, sua marca registrada, que receberam a interferência de outros tecidos. Uma nova estampa autoral carrega todas as cores e a atmosfera da história a ser contada, e foi desenvolvida e executada pela designer Patrícia Moraes.
Já são do gosto do freguês MR os conjuntos de calça ou bermuda com jaquetas e camisas na mesma estampa. Ou os macaquinhos/quimono mega estampados. O que saltou aos olhos não apenas pelo ineditismo foram os looks lisos. Na Meninos Rei, até esses looks mais “discretos” apareceram em amarelo néon, como no macacão e macaquinho com as mangas extra amarradas na frente ou a calça cargo de cordão.
Esse efeito de amarração também aparece no do top com calça de Débora Secco. É um recurso que redesenha a silhueta, assim como mangas-asa, bufantes ou recortadas. Nos acessórios, muitas joias metalizadas pra reforçar o efeito bling bling de gueto, papetes forradas com as estampas da coleção e óculos finos customizados pelo grafiteiro Flávio Cortês.
FICHA TÉCNICA
Trilha: DJ Telefunksoul
Acessórios: LR Atelier e AUC Joias
Calçados: Arezzo