O desfile “Povoado Poesia”, da marca Foz, fala de um vilarejo fictício criado a partir de retalhos do inconsciente coletivo do que é interior do Brasil. É desse lugar imaginário que o estilista Antônio Castro tira as referências de arquitetura, paisagens, comércio e folclore para as ilustrações bordadas ponto-cruz sobre as roupas da coleção, assim como os animais híbridos que se tornam monstros.
A casa que foi armada na passarela, por sua vez, vem de uma locação real: uma casa toda feita com tecidos bordados que ele viu em uma exposição do Museu A Casa do Objeto, em São Paulo, de Renata Mellão. Desse espaço saíam as modelos vestindo uma de suas coleções mais intimistas, com vários elementos do universo infantil – desde o colorido das pipas à trilha de ciranda com vozes de crianças.
As fitas são um fio condutor da coleção, desde os bordados com fitas do Senhor do Bonfim sobre um super bouclé (tecido tradicional de decoração e tapeçaria), passando por alças de fitas nos vestidos, cintos amarrados sobre cáftãs e na própria construção das roupas e acessórios, como faixas de tecido ou no crochê de fita.
O patchwork aparece em calças amplas e jaquetas masculinas e nas sandálias baixas feitas com recortes de couro. As bolsas eram decoradas com alças e franjas de palha. Ao final entram peças mais escuras construídas com fuxicos de tamanhos variados e os jacquards com desenho de paisagem.
FICHA TÉCNICA
Vídeo: Protótipo Filme
Fotos: @agfotosite