Sustentabilidade é um tema fundamental para a moda do futuro e Flavia Aranha tem esse valor não apenas como uma meta a ser cumprida, mas como parte essencial de sua criação. A ideia de apresentar o desfile no parque Trianon, na avenida Paulista, não foi por acaso. É da mata que ela tira os insumos para fazer uma roupa especial que usa bio-materiais e tingimentos naturais para definir novos códigos estéticos e de produção.
Em uma coleção leve e com movimento de roupas transparentes e esvoaçantes, ela apresenta uma pesquisa têxtil inovadora. Como um material bio-têxtil de algas com fios de algodão em parceria com o designer colombiano David Cabra. Ou um látex natural, em que a marca paraense Da Tribu aplica a seiva da seringueira da Amazônia sobre fios de algodão ou sobre superfície de seda (nas capas de chuva).
Teve ainda um couro de micélio, estrutura vegetativa dos fungos, desenvolvido pela startup Mush e aplicado nas bolsas como substituto do couro. Vale citar também os looks especiais feitos com a fibra amazônica da malva (com aspecto similar ao linho) e as sementes de açaí, paxiubão e tiririca, em um vestido mídi, uma camisetona e nos acabamentos de alças e acessórios.
Para as cores e texturas das peças, ela usa flor de clitória, frutas como urucum e romã; ervas como macela, mate e chá preto; e plantas, como crajiru e índigo. Até cebola roxa e corantes bacterianos servem como alternativas.
Flavia Aranha escreve com poesia os novos capítulos do luxo sustentável dentro do SPFW.
FICHA TÉCNICA
Direção: Paulo Borges e Ed Benini
Make: Ivan Barria
Hair: Cris Dios, Laces Hair
Trilha: Bruno Fabbrini e Edu Ferreira
Vídeo: Protótipo Filme
Fotos: @agfotosite