Estreante desse SPFW N57, a marca cearense Catarina Mina da estilista Celina Hissa tem o crochê e o feito à mão como essência. Com a coleção “Guardiãs da Memória”, fez uma homenagem às artesãs do Ceará (e várias delas que participaram do processo estavam na primeira fila do desfile.
“Não existe artesanato sem as artesãs”, afirma Celina, sobre a rede composta por 31 comunidades e 450 artesãs, sendo 99% mulheres, que trabalharam com seis técnicas artesanais: filé (técnica de bordado característica da cidade de Jaguaribe), bilro (arte própria das mãos de rendeiras de Trairi), labirinto (técnica em extinção, um método considerado difícil e que pode ser visto também nos acessórios). Por isso que suas peças à venda contam com um QR Code anexado à etiqueta, com informação da identidade da artesã responsável pela criação, bem como sua localização geográfica no mapa.
Mostra ainda trabalhos com palha de carnaúba (conhecida como árvore da vida) e palha do croá (que são extraídas respectivamente de palmeiras e plantas, e transformadas em tecido usado nas peças vestíveis e bolsas). Além de bordado, crochê e marcheteria. Tudo foi combinado com alfaiataria feita em seda e linho puros (uma novidade apresentada na passarela). Foi uma apresentação linda por si só, mas também muito emocionante pela presença das artesãs nos agradecimentos finais. É assim que se faz!
FICHA TÉCNICA:
Direção criativa: Celina Hissa
Styling: Dudu Bertholini
Trilha: Max Blum
Direção do desfile: Ed Benini
Produção-executiva: Thays Martins e Gabriela Albuquerque
Acessórios: Catarina Mina e Carlos Penna
Calçados: Havaianas