Bold Strap sempre navega no território dos fetiches. E se na temporada anterior a inspiração foi o mundo da velocidade, do vinil e do preto & vermelho, dessa vez a marca mudou o cenário das estradas e das motocicletas para uma casa de bonecas, com baby-doll, pelúcias e muito rosa-bebê.
A coleção por si só já seria inventiva o suficiente para não cair em clichês. O estilista Pedro Andrade é hábil no desenho desses recortes e amarrações sobre o(s) corpo(s). E esse contraste entre a puta e a fofa, entre os couros e os babadinhos, rendeu boas ideias de harness e bodies de látex em outras cores que não o preto. Teve um quê também de elementos esportivos, nos néons e nos bicolores.
Acontece que essas bonecas, essas pin-ups, essas gostosas todas… Eram alienígenas. A maquiagem elaborada de E.T.s certamente foi o motivo de atraso de 1h30 no início do desfile, e renderam ótimos momentos: as orelhas pontudas tipo Spock e os volumes sobre a pele como little monsters. Algumas delas tinham a pele toda do corpo colorida.
Uma coleção que mostra como a criatividade pode renovar o repertório de um segmento bastante específico na sua cartilha. Esse movimento de se reinventar regularmente sem perder sua essência e com claro o intuito de despertar desejo, é o que chamamos de moda.