A indústria da moda tem uma nova causa: livrar-se daquelas etiquetas às vezes irritantes (porém com informações importantes) costuradas nas roupas.

Tudo começou em junho deste ano, quando a Associaçao Americana de Vestuário e Calçado (grupo comercial que representa mais de 1.000 marcas, varejistas e fabricantes) escreveu uma carta ao Congresso dos EUA pedindo uma legislação que abrisse caminho para as marcas se livrarem de etiquetas físicas nas roupas. A tradicional etiqueta, que muitas vezes pinica e incomoda quando vestimos uma peça, poderia ser substituída por um código QR, uma URL ou algum outro meio de direcionar os consumidores a informações digitais sobre o conteúdo da fibra, país de origem e instruções de lavagem.

“Permitir que informações obrigatórias sobre uma peça de roupa sejam entregues por meio de uma etiqueta digital melhoraria a acessibilidade, daria aos consumidores as informações regulatórias de que precisam, além de acesso a mais informações sobre o produto e ajudaria a indústria a atingir suas metas de sustentabilidade”, diz a Associação em sua carta ao Congresso.

De fato, quantas vezes a gente não recortou e jogou fora as etiquetas das nossas roupas? Especialmente quando vêm multiplicadas em vários idiomas. Geralmente em letras minúsculas e acompanhados por uma confusão de símbolos confusos, eles resultam em volumosos folhetos de etiquetas, difíceis de ler e desconfortáveis, levando muitos consumidores a removê-los.

Mos últimos anos, cada vez mais marcas têm adotado o conceito de criar IDs digitais para suas roupas que vão muito além de fornecer apenas informações sobre materiais e cuidados. “As IDs digitais fornecem muito mais riqueza nas informações e nas conexões que podemos criar com os consumidores”, disse Joon Silverstein, vice-presidente sênior de marketing e sustentabilidade global e da América do Norte da Coach. “Há muitas razões pelas quais vemos etiquetas de produtos físicos em transição para digitalizadas ao longo do tempo.”

Por exemplo, as etiquetas digitais também podem conter informações como credenciais de sustentabilidade de uma peça de roupa ou instruções para reparo ou reciclagem. Se os consumidores cortam as etiquetas de suas roupas, fica difícil identificar o teor de fibra do tecido, o que dificulta o trabalho dos recicladores têxteis.

Uma desvantagem em abandonar as tags físicas é que isso criaria um passo extra para os consumidores obterem informações. Embora os códigos QR tenham se tornado muito mais comuns, não está claro quantos compradores realmente digitalizariam ou inseririam um URL em um navegador para obter informações sobre o produto. Mas o jornalista Alden Wicker, focado em sustentabilidade da moda, tem mais um bom argumento: “Não acho que seja pior do que a forma como os consumidores atualmente se envolvem com as etiquetas, que as elimina antes mesmo de olhar para elas”.

Porém, enquanto essa mudança não acontece, muitas marcas aproveitam esse espaço para passar mensagens. As etiquetas ficam sempre muito próximas do nosso corpo e é impossível não olhar para elas cada vez que vestimos ou tiramos uma peça. Por isso, trata-se também de um lugar super premium e ótimo para branding. Olha algumas ideias que reunimos aqui: