Foi-se o tempo que as roupas masculinas em uma semana de moda se espelhavam em uma versão mais tradicional da figura do homem. De uns anos pra cá, temos visto a questão do gênero se derreter gradativamente em marcas do mundo inteiro, criando uma imagem mais fluida e livre para o segmento masculino. Não é raro hoje ver marcas como Gucci e Louis Vuitton colocar meninos usando saias, vestidos, salto e joias em desfiles e campanhas, elementos que até pouco tempo atrás eram exclusivos do guarda-roupa feminino, salvo algumas marcas e artistas mais desbravadores. Hoje, vemos uma das principais estrelas pop do mundo – Harry Styles – usando vestido na capa da revista mais mainstream de moda do planeta, a Vogue.
No SPFW não tem sido diferente. Muitos estilistas, como João Pimenta e Célio Dias, da Led, usam a moda também como uma plataforma pra dialogar sobre a questão de gênero. O fato de uma pessoa do gênero masculino usar saia, decote, estampa, salto, não necessariamente envolve ou mexe com a sua sexualidade.
Segundo uma pesquisa da McKinsey com a geração Z, 48% dos entrevistados disseram que valorizam marcas que não classificam itens como masculinos ou femininos. Uma das participantes ainda diz acha “absurdo que as lojas e marcas dividam tudo em masculino e feminino”.
Marcas mais novas no line-up como Rocio Canvas, Meninos Rei, Igor Dadona, Misci, Silvério, entre muitas outras, também investem numa nova masculinidade ao mesmo tempo em que o próprio significado da palavra em si vem mudando. Antes, masculinidade e feminilidade eram vistas como opostos. Agora, num contexto geral, estamos vendo uma redefinição desses termos. Masculinidade pode ser dura ou suave, forte ou vulnerável. Cada um pode atuar dentro da sua própria versão de masculinidade e a moda acompanha essa mudança na sociedade.
Veja abaixo mais alguns looks que se destacaram na passarela do SPFW: